sexta-feira, 25 de março de 2011

A Origem do Judo

Jigoro Kano nasce a 28 de Outubro de 1860 em Mikage, perto da cidade de Kobe, no Japão.
Foi para Tóquio em 1870, após a morte da mãe, no ano da proibição do porte de espada para os samurais.
Com grande habilidade para línguas e intelectualmente bastante dotado, estudava com alunos mais velhos e maiores do que ele. Jigoro Kano era um jovem magro e de pequena estatura, pesava pouco mais de 45 Kg e tinha 1,50 m de altura, mas tinha um espírito vigoroso e combativo. Na convivência entre estudantes era, frequentemente, alvo de chacota, situação que o perturbava bastante. No entanto, a sua morfologia não lhe permitia impor-se pela força, razão pela qual decide fortalecer o corpo através de exercícios físicos de ju-jitsu que era conhecido por permitir que um indivíduo pouco robusto conseguisse vencer um adversário mais forte. No entanto em Tóquio era difícil encontrar uma escola onde pudesse aprender ju-jitsu, porque a Kobusho, escola das artes marciais, tinha desaparecido com a restauração Meiji.
Foi apresentado a Ryuji Katagiri, mestre de ju-jitsu, que acreditava que Jigoro Kano era demasiado jovem para treinar “a sério” e, por isso, ensinou-lhe somente alguns exercícios básicos. Após meses de pesquisa paciente, ainda em 1877, finalmente encontrou um antigo mestre da Kobusho, Hachinosuke Fukuda, com quem começa a praticar o estilo da Escola Tenjin-Shinyo-Ryu (Escola do Coração de Salgueiro).
Após a morte de Fukuda com 82 anos de idade, toma conta da escola. Continua a estudar com o mestre Masamoto Iso, um sexagenário que possuía os segredos duma escola igualmente derivando do Tenjin-Ryu, em 1879. Em1881 começa estudar com outro antigo mestre da Kobusho, Tsunetoshi Iikugo, um especialista em projecções mas que dava pouca importância aos kata, com excepção do Koshiki-no-kata.
Com o mestre Iikugo da Escola de Kito, com quem continua a treinar-se até 1885, ao contrário do que tinha aprendido até então, aprendeu a combater com armadura.
Em 1882, passados cinco anos e no ano em que perfaz os 22 anos de idade, Kano estava completamente transformado. Obstinado na sua vontade e postura, treinara-se com afinco e aperfeiçoara-se de forma exemplar, tornando-se num excelente combatente, ágil e eficaz, adquirindo grande confiança nele próprio. Apaixonado pelo jiu-jitsu, questiona os melhores especialistas, estuda antigas obras, devora todos os manuscritos deixados pelos seus antigos mestres. Pouco a pouco este ju-jitsuca fez a síntese das diversas escolas.
Este estudo completo, teórico e prático, convenceu-o da sua originalidade, da sua habilidade e da sua eficácia excepcional mas também lhe evidenciou a necessidade de codificar e racionalizar os métodos de ensino discordantes e muitas vezes perigosos para a integridade física.
Kano, educador por vocação e convicção, com base no jiu-jitsu, elabora um sistema de educação física e formação do carácter através da disciplina, com vista a fazer frente ao relaxamento dos costumes devido ao desaparecimento quase completo da tradição cavalheiresca, provocada pela abertura da sociedade japonesa ao ocidente.
Assim, faz a síntese das melhores técnicas de jiu-jitsu, escolhendo os golpes mais eficazes e racionais, elimina as práticas perigosas e incompatíveis com o fim elevado que visava, possibilitando uma prática segura e racional. Aperfeiçoou a forma de cair e inventou o princípio das quedas de amortecimento (ukemi), criou uma vestimenta especial de treino (judogi) pois o antigo trajo dos ju-jitsucas era pesado, desconfortável e por vezes causava feridas, dedicando-se particularmente aos métodos de projecção, aperfeiçoando vários da sua autoria.
Em Fevereiro de 1882 cria o Kodokan (escola para o estuda da via ou Instituto do Grande Princípio) situado num espaço alugado a um pequeno templo budista de “Eishosi-ji” da seita Jodô em Tóquio, onde se estabelece definitivamente em Maio do mesmo ano.
O início do Kodokan é muito modesto. A primeira sala de judo (dojo - laboratório de judo) tinha apenas 12 tapetes (tatamis). O primeiro aluno do Kodokan chega a 5 de Junho de 1882 e chamava-se Tomita Tsunejiro. A forma de treino baseava-se nos kata e só os alunos mais velhos praticavam Kata-no-kori (randori). Kano apresenta a primeira forma do Nage-no-kata em 1884, com 10 movimentos, embora o modificasse várias vezes mais tarde.
Em 1886, tinha já mais de 100 alunos. Este ano foi decisivo para Kano e para o judo uma vez que se realizou um encontro histórico, organizado pelo chefe da polícia de Tóquio, entre os ju-jitsuca da escola Totsuka, principais rivais do Kodokan, e os melhores alunos de Kano. A esmagadora vitória dos pupilos de Kano, nomeadamente através de Saigo e Yoko-Yama, consagrou definitivamente a superioridade do novo judo sobre o antigo ju-jitsu. Somente um formidável ju-jitsuca chamado Tanabé conseguiu vencer regularmente os alunos de Kano. Especialista no combate ao solo, conseguia atirar os seus adversários ao solo onde, aproveitando-se das suas posições, os conseguia estrangular. Kano rapidamente tirou uma lição: precisava aperfeiçoar a luta no solo, e todos os judocas deveriam conhecer a luta tanto em pé como no solo.
É entre 1886 e 1889, no dojo de Fujimi-Cho, em Tóquio, que a supremacia do judo Kodokan se iria estabelecer, sobretudo depois do grande torneio entre judocas e combatentes seleccionados pela escola Yoshin-ryu-ju-jitsu, que foram completamente derrotados. Foi nesta altura também que se realizaram verdadeiras fusões de velhas técnicas sob o impulso de Kano que modifica certas técnicas, à luz das suas primeiras experiências e com a ajuda dos seus primeiros alunos.
Em 1889 faz a primeira demonstração de judo em França que passou despercebida. O Kodokan continuou a crescer de ano para ano e foram criados novos centros de ensino. Em 1895, Kano, de forma a facilitar o processo de aprendizagem, organiza uma pedagogia do judo, o Gokio, classificando as técnicas de projecção em cinco grupos (go-kyo-no-waza), com a ajuda de Yoko-Yama, Yamashita, Nagaoka e Iitsuka. A crescente popularidade do judo que era muito praticado por estudantes, leva as universidades e as escolas profissionais a interessarem-se por ele e foi criada uma federação universitária, o Kosen. Esta desenvolveu-se igualmente, independente do Kodokan.
O judo ficou em pouco tempo a fazer parte dos desportos escolares obrigatórios e iria deixar de ser um desporto de moda exclusivo do Kodokan, cujos principais rivais foram o Butokukai de Kyoto e o Kosen, que eram especialistas no combate no solo e aí obtinham supremacia.
A partir de 1905, após a vitória do Japão sobre a Rússia, o interesse pela cultura estrangeira declinou e o nacionalismo reapareceu.
O judo beneficiou desta renovação da tradição nipónica. As Universidades e posteriormente as escolas irão ensiná-lo. Kano estabelece em 1907 no Butokukai os três primeiros kata do judo. O Nage-no-kata, o Kime-no-kata e o Katame-no-kata vêm juntar-se ao Ju-no-kata e ao Itsusu-no-kata, elaborados em 1887. O judo feminino aumenta. Cedo é formada uma secção feminina.
Em Julho de 1909, num encontro histórico, reúnem-se 17 membros do Butokukai e 4 do Kodokan para estabelecerem os kata. O Botokukai recusa-se a admitir os kata do Kodokan. No entanto, após uma semana e algumas adaptações os kata do Kodokan foram admitidos oficialmente.
Em 1909 Kano torna-se membro do Comité Olímpico Internacional. Em 1912 e 1913 é enviado em missão cultural à Europa e à América. Durante os Jogos Olímpicos de Estocolmo, em 1912, explica o seu método a Pierre de Coubertain. Funda em 1915 a revista do Kodokan.
Em 1919 o Kodokan foi reconhecido oficialmente como instituição de âmbito desportivo, enquanto Jigoro Kano desenvolvia o aspecto cultural e científico do judo, criando comités de estudo especializados, dedicando-se particularmente à formação de professores para dotar o judo com quadros de valor.
Em 1920 Kano consagra-se inteiramente ao judo e reorganiza definitivamente o gokio, um sistema pedagógico fixo, com a ajuda de uma dúzia dos melhores mestres. O gokyo engloba as 40 projecções fundamentais e permanece inalterado até aos dias de hoje. Com o passar dos tempos, o kendo e o judo passaram a integrar o currículo escolar e em 1931 tornaram-se disciplinas obrigatórias para rapazes, em todo o país. Em 1932 Kano desloca-se aos Estados Unidos para assistir aos Jogos Olímpicos.
Participa duas vezes no Conselho dos Jogos Olímpicos que lançará os convites para os jogos japoneses, em 1932 e 1934. Neste mesmo ano, Kano organiza o primeiro campeonato de judo do Japão que alcança um grande êxito e consagra o judo como um desporto moderno de combate.
A 4 de Maio de 1938 morre, vítima de pneumonia, a bordo do navio S. S. Hikawa Maru na viagem de regresso do Cairo, onde se realizara a assembleia geral do Comité Internacional dos Jogos Olímpicos, que tinha aceite a sua proposta de realização dos 12º Jogos Olímpicos em Tóquio.
Ironicamente, os 12º Jogos Olímpicos, a serem realizados no Japão, tão desejados por Kano, foram cancelados devido à Segunda Guerra Mundial. À data da morte de Jigoro Kano, em 1938, no Japão, havia cerca de 120.000 judocas recenseados, dos quais cerca de 90.000 eram cintos negros.
Com a ocupação militar das forças aliadas no final da guerra a prática de artes marciais com origem no Bushido foi proibida no Japão e na Alemanha, para evitar um ressurgimento militar. Os judocas não se podiam treinar senão nas escolas. Após estes anos negros os clubes de judo reapareceram com uma nova orientação educativa e desportiva. Desenvolve-se então surpreendentemente por todo o mundo.
Em 1946 os professores do Kodokan foram autorizados a ensinar judo às tropas americanas. Depois o judo foi permitido na condição de se apresentar, não como uma arte marcial, mas como um desporto.
O novo judo japonês iria expandir-se pelo mundo inteiro em pouquíssimo tempo.
Após a segunda guerra mundial o público, ainda condicionado pela agressividade de tantos anos de hostilidade, sentia inconscientemente a vaga necessidade de se defender, de estar armado, de se sentir forte. Sem o saberem foi este o fenómeno psicológico explorado pelos pioneiros do judo.
A fórmula “A defesa do fraco contra o agressor” fez furor. Iniciou-se o período mágico do judo. Os primeiros cintos negros franceses ensinavam na Bélgica, Espanha, Países Baixos, Espanha. Japoneses altamente graduados, vieram de passagem ou até mesmo para se instalarem na Europa.
Pouco a pouco o autêntico judo de Jigoro Kano foi ensinado por toda a parte. O período desportivo começava.
Em 1949 é fundada a Federação Japonesa de Judo cuja sede fica a funcionar no Kodokan. Os kata do Butokukai desaparecem para passarem a ser reconhecidos, exclusivamente, os do Kodokan. Cada país organizava a sua própria federação nacional. Com a fundação da Federação Internacional de Judo em 1951, o Judo irá começar a ganhar uma verdadeira dimensão internacional.

terça-feira, 22 de março de 2011

Veleiro "Simon Boliver"

A Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada recebeu esta sexta, em audiência, o embaixador da Venezuela em Portugal e o Comandante do navio escola “Símon Bolívar”.
Tratou-se de um encontro de cortesia entre entidades uma vez que o navio “Simon Bolivar” acaba de atracar no porto de Ponta Delgada, onde permanece até domingo, dando seguimento ao 23.º cruzeiro de instrução de futuros oficiais.
Lucas Enrique Ricón Romero, embaixador da Venezuela em Portugal, e Carlos Alberto Martin, Comandante do navio, mantiveram com a autarca da cidade anfitriã da sua visita uma reunião em foram abordadas as relações de Portugal e a Venezuela, bem como a importância do 23.º cruzeiro de instrução de futuros oficiais.
Refira-se que o veleiro da Marinha venezuelana, que tem como missão a formação de cadetes da Academia Militar da Armada Boliviana, é considerado, por si só, “um permanente embaixador da boa vontade” da Venezuela.
O cruzeiro de instrução que o “Símon Bolívar” está a realizar desde a Venezuela, passa, ainda, por Bremerhaven (Alemanha), San Petesburgo (Rússia) e Cádiz (Espanha).
Esta embarcação da armada venezuelana, construída em 1980, em Espanha, já efectuou 22 cruzeiros de instrução e participou em vários eventos internacionais.
Este navio escola venezuelano desloca 1.248 toneladas, tem 82,40 metros de comprimento e uma tripulação de 180 pessoas.
O “Símon Bolívar” está aberto esta sexta-feira
a visitas de escolas e no domingo a visitas do público em geral.
Ponta Delgada, 18 de Março de 2011
Gabinete de Imprensa
Lubélia Duarte

segunda-feira, 21 de março de 2011

Cidade de Ponta Delgada

Encontro-me em Ponta Delgada. O tempo hoje esta bom, embora esteja um pouco de vento. Esta cidade esta cheia de actividade, muito comercio, muito turismo.
O Porto esta cheio de embarcaçoes de pesca e de navios que se encontram a descarregar mercadoria.
E sem duvida, a cidade dos Açores com maior crescimento.


domingo, 20 de março de 2011

Catástrofe no Japão

Esta imagem demonstra a força do tsunami que atingiu o Japão, o qual provocou milhares de mortos, desaparecidos e muita destruição. A força do homem, pouco ou nada pode contra a força da natureza.
A juntar a esta desgraça toda, ainda o grave problema da Central Nuclear, na qual um dos reactores explodiu, podendo vir a ter consequências muito graves para a saúde das populações.
Agora é tempo de ajudar os vivos e começar a reconstrução.