sexta-feira, 29 de abril de 2011

Lisboa: Chuva de granizo surpreende cidadãos nas ruas da capital

Tinha ido ao Colombo [centro comercial]. Quando saí, o céu estava muito escuro mas não chovia. Andei uns dez metros e começou a cair granizo. Parei debaixo do viaduto e fiquei aí uns três quartos de hora”, contou à agência Lusa.
Segundo Manuela Paula, alguns carros pararam também porque o granizo caía com tanta intensidade que não tinham visibilidade e a rua “era um rio que não se conseguia atravessar”.
“Nunca tinha visto nada assim. Só na Serra da Estrela”, afirmou.
Também Luzia Carrola, comerciante no terminal de autocarros de Benfica de 70 anos, garantiu nunca ter visto um cenário destes em Lisboa, onde vive há seis décadas.
“Na minha terra, no norte, já vi chover assim. Mas aqui não. E as pessoas daqui parecem que não podem ver chover um bocadinho mais… foge tudo”, comentou.
Os vários pontos de venda (quiosques sobretudo de roupa e utilidades) do terminal de autocarros de Benfica fecharam todos mais cedo por causa do mau tempo.
Damiantibai Dulobos, uma portuguesa de origem indiana, foi das últimas a fechar a porta.
“Foi terrível. Não conseguimos fechar logo a porta porque tivemos de meter a roupa toda cá dentro. As peças ficaram todas encharcadas e foi uma sorte o toldo não se partir”, relatou.
A trabalhar naquele local há mais de 15 anos, a vendedora garante nunca ter visto “uma coisa assim, nem aqui nem em lado nenhum”.
“Isto parecia um deserto. Desapareceu tudo”, disse enquanto fechava a porta, acrescentando que “caiu muito gente que escorregava no gelo”.
Já Fernanda Silva não assistiu à queda do granizo, mas divertia-se a tirar fotografias ao gelo acumulado na estrada.
“Cheguei agora no metro. Vim da Baixa, onde estava a chover, mas não com tanta intensidade. Fiquei espantadíssima com tanto gelo”, disse à Lusa.
Um restaurante da zona de Alcântara, perto da Avenida de Ceuta, ficou totalmente inundado e teve de fechar as portas para a limpeza.
Segundo o dono do restaurante, Abílio Pereira, esta situação ocorre "sempre que chove". O responsável esperava que a situação "ficasse resolvida com a finalização das obras na ETAR" daquela zona, o que não aconteceu.
As limpezas já decorreram no restaurante para que as portas possam voltar a abrir à noite e o prejuízo seja minimizado.
Uma violenta trovoada e um temporal de chuva e granizo assolaram a partir das 15:40 parte da cidade de Lisboa, nomeadamente na zona de Benfica, mas também a zona da Amadora, da Pontinha (Odivelas), de Queluz (Sintra) e de Oeiras.
Fonte:
@Lusa

quinta-feira, 28 de abril de 2011

A Emigração Açoriana

Crê-se que a emigração Açoriana data do início da colonização das ilhas, no século XV. No entanto, a emigração regular só começou dois séculos mais tarde.
O primeiro grande destino da emigração Açoriana foi o Brasil, especialmente o Sul do Brasil, em 1747, com o êxodo de cerca de 6 mil pessoas. Depois, nos últimos anos do século XIX e até meados do século XX, houve um grande fluxo migratório em direcção a São Paulo e Rio de Janeiro.
Cronologicamente, os Estados Unidos surgiram como o segundo grande destino na segunda metade do século XVIII. Não obstante, só se tornaram um destino preferencial a meados do século XIX. As Bermudas foram o terceiro grande destino da emigração Açoriana. O ano de 1849 define o início da emigração dos Açores para este arquipélago do Atlântico Norte. Se, por um lado, os que emigraram para outros países eram originários de todas as ilhas Açorianas, por outro lado, os que emigraram para as Bermudas eram principalmente originários de São Miguel.
O Havai, um Estado Americano no Pacífico, foi a opção de muitos Açorianos nos últimos anos do século XIX. As condições de vida no arquipélago e a crise económica vivida nessa época, causada pelo declínio na produção da laranja e o declínio do comércio, levaram muitos Açorianos ao Havai, onde as condições de trabalho disponíveis eram bastante apelativas. Apesar das condições geográficas e económicas, o Havai atraiu muita gente da Ilha de São Miguel.
O Canadá foi o último grande destino da emigração Açoriana. Teve início principalmente em 1953, e só foi possível através de acordos bilaterais entre Portugal e Canadá, relativamente à chegada de emigrantes ao país. Apesar de ser uma opção muito recente, o número de emigrantes Açorianos foi consideravelmente alto.
Após 1998, Os Açores deixaram de ser uma região de emigração para se tornarem principalmente uma região de imigração. O tremor de terra que atingiu principalmente as ilhas do Faial, Pico e S. Jorge, destruindo cerca de 1.600 casas e outras importantes infra-estruturas, marcou a chegada de Brasileiros, Cabo-Verdianos, Angolanos, Ucranianos (entre outros) ao arquipélago. Actualmente, os imigrantes residentes nos Açores representam aproximadamente 2% da população total da região.

Fonte:
Governo dos Açores





quarta-feira, 27 de abril de 2011

História do Baleeiro da Ilha do Pico

Aquele dia, em São João, amanhecia claro e à medida que o sol subia para os lados das Lajes, o verde das vinhas e do milho destacava-se por entre o negrume das pedras. Os homens já se dirigiam para as terras para sachar milho, apanhar batatas ou bater tremoço. As mulheres preparavam na cozinha o almoço de sopas de bolo, papas de milho ou batatas com peixe.

De repente o sinal de baleia fez tudo mover-se a um ritmo mais acelerado.

Os homens largaram o sacho ou o alvião no lugar em que estavam, abandunaram a burra presa pela corda do freio à parede e correram para o porto, enquanto as mulheres lhes preparavam e alcançavam a saca com a comida.

Arriaram os botes e foram pelo mar fora, até que desapareceram no horizonte. Depois de navegarem à vela algum tempo, avistaram a baleia. Era um "espamarcete" pra cima de cem barris de óleo.

Gerou-se grande reboliço nos botes. É que uma baleia daquelas dava uma ânsia muito grande: não era só o dinheiro que ela representava, mas também o prazer de uma grande batalha vencida. Tiraram a vela e puseram-se a padejar. A baleia voltou a mergulhar para aparecer mais fora.

No bote que conseguiu pôr-se em posição primeiro, o trancador, curvando o corpo e fixando o olhar, atirou o arpão certeiro. A alegria e a confusão foi geral. Mas a baleia, ferida e doida de dor, levou a primeira celha de linha, lecou a segunda e, antes da ponta da linha sair da celha, o trancador, que era um latagão forte, agarrou-a a amarrou-a ao tronco. Lá

foi amarrado à linha pelo mar fora enquanto os demais baleeiros ficaram sepultados num silêncio de morte. Só o oficial dizia: "Não! Não!"

Não havia ainda gasolinas, havia mais 3 ou 4 botes por perto, passou-se palavra e toda a tarde procuraram com tristeza o "cadáver". Até os outros deixarem de balear. Não podendo fazer nada, voltaram ao entardecer paraterra.

A chegada ao cais não teve a alegria do costume e as discussões sempre tão fortes entre os baleeiros não se ouviram. A família vestiu-se de luto e toda a santa noite as vizinhas choraram e carpiram de dor enquanto os homens contavam em voz baixa e dolente casos que tinham vivido com aquele forte homem.

No outro dia saíram alguns botes à procura, por descargo de consciência, do corpo do trancador para que lhe dessem enterro digno. Depois de muito andarem, começaram a avistar, ao longe, um negrume no mar e foram para lá.

Sobre a grande baleia, já morta, estava o baleeiro, de pé, encostado ao cabo do arpão fincado no toucinho do animal.Como se nada tivesse acontecido disse: "Agora é que vocês chegam? Tenho tado aqui toda a noite à espera!" e fumava um grosso cigarro, embrulhado em casca de milho, como se estivesse sentado à mesa.

Fonte:
acoresmadeira.no.sapo.pt/

terça-feira, 26 de abril de 2011

A batalha da Salga na Ilha Terceira

A batalha da Salga. Após os bombardeamentos de Angra, em 5 de Julho de 1581, a esquadra espanhola de 10 navios, comandada por D. Pedro Valdez, manteve-se em torno da ilha em reconhecimento dos melhores locais de desembarque. Na madrugada de 25 de Julho os primeiros barcos com tropas espanholas apontavam à baía da Salga. Um vigia, postado na ponta de Coelho, deu o alarme, mas quando as primeiras forças portuguesas chegaram já os castelhanos, em número de 1.000, tinham ocupado posições e iniciado o saque. Nesta fase dos combates distingue-se a jovem e formosa Brianda Pereira, que, vendo a sua casa destruída, ataca, com outra mulheres que juntara, o inimigo.


Pelas nove horas da manhã a peleja era forte, varrendo os espanhóis a costa com a sua artilharia, o que, dificultava a tarefa dos defensores. Cerca do meio-dia, estando a batalha indecisa, o religioso agostinho Frei Pedra, que participava activamente na luta, teve a ideia de, como estratagema, dirigir gado bravo para as posições espanholas e assim desbarata-las. Rapidamente foi reunido mais de um milhar de bovinos, que, à força de gritos e tiros de mosquete, se lançaram sobre o inimigo. Aterrorizados, estes recuam e são perseguidos até à beira-mar, onde a quase totalidade perde a vida na luta que se trava ou morre afogada procurando atingir os batéis.

Fonte
http://www.azores.com/azores/terceirp.html



domingo, 24 de abril de 2011

Castelo de São João Baptista - Ilha Terceira - Açores

Mandado edificar por Filipe II, na base do Monte Brasil, é uma das mais imponentes fortalezas portuguesas dos sécs. XVI-XVII. O seu pórtico principal, lavrado em cantaria negra e coroado pelas armas reais, a ponte dos arcos, os torreões, o sistema de fossos e um interior rico, com a Igreja de São João Baptista e o Palácio dos Governadores do Castelo, fazem desta fortificação um dos mais grandiosos monumentos do País. Nele estiveram presas figuras célebres, como Gungunhana e D. Afonso VI.