terça-feira, 7 de dezembro de 2010

4 - CORPO ATLÂNTICO - POESIA DE HUGO SANTOS

4

A felicidade é não ter palavras
para atear o fogo.
A boca verte-se sobre a boca
como uma fonte ou a nascente de um rio.
Bebemos, copulamos a água
e esperamos as naves.
O corpo nu sob o frio da tarde,
as algas entre os dedos.
"Respira-me como se eu fosse o fruto,
o vento, o sumo do medronho.
Ou, se souberes, cala.
Enquanto amas, as palavras esperam".

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