quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

6 CORPO ATLÂNTICO - POESIA DE HUGO SANTOS

6

Sou, desta ferra, o primeiro filho.
Escrevo o teu nome na solidão vigilante
das falésias debruçadas para o mar.
Agricultor de esperas,
recolhi as últimas chuvas de Dezembro.
plantei a árvore, dobei o linho,
esperei o canto-mago dum rouxinol no álamo.
As palavras foram-se sempre
a contra-luz dos silêncios.
"Bebe-me inteira", pediste,
"para que esqueças assim a sede dos exílios".

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